Quando começamos as visitas das casas de Neruda felizmente e pela própria localização fomos primeiro a La Chascona, depois La Sebastiana, em Valparaiso e finalmente a de Isla Negra. Mesmo não sendo a seqüência em que foram construídas para mim foi a de surpresas, da mais simples para a mais completa!
La Chascona como eu já contei era a casa de Matilde Urrutia e Neruda, quando o amor era ainda às escondidas por ele ser ainda casado com Delia e assim foi chamada pelo apelido que ele lhes dera pelos seus cabelos desgrenhados, desarrumados. O terreno lhe chamou atenção por ter um córrego que desaguava em forma de cascata e foi o que os impressionou. A construção foi encomendada ao arquiteto Gérman Rodrigues Arias, mas Neruda tanto interviu que o próprio arquiteto confessava não ser bem ele o autor do projeto e sim de Neruda. No primeiro momento como Matilde vivia lá sozinha havia apenas uma sala e um quarto, depois veio à cozinha e uma sala de jantar e finalmente o bar e a biblioteca que foram sendo construídos em planos diferentes de modo que se tivesse uma bela vista, os quartos e os jardins também como estão em planos diferentes possuem uma bela vista de Santiago e da cordilheira, hoje as construções já impedem um tanto essa visão. Houve algumas modificações em decorrência de inundações, mas que foram feitas adequadamente com a colocação de escadinhas, passarelas e jardins. O bar está ali para mostrar o quão gregário ele era, estava sempre rodeado de amigos, era famoso por suas festas e em torno dele aconteciam muitas conversas animadas.
A configuração da casa é para lembrar um barco e a vida dentro dele, tetos baixos, piso em declive o que vamos perceber em todas as outras casas, a sua grande paixão pelo mar. É uma visão poética de Neruda como uma reaproximação da sua terra e o mundo que ele desbravava, de como ele se apropriava emocionalmente desse mundo expresso na sua mistura eclética de objetos de arte e de diversos artefatos como garrafas, esculturas, estátuas de madeira da Ilha de Páscoa, pesos de papel, miniaturas de navios, bonecas russas e uma grande coleção de livros. Por essa sua característica ele se denominava um “coisista”, um colecionador de muitas coisas, presentes de amigos e adquiridos em suas viagens. Na sala de estar em destaque na primeira sala um retrato enigmático de mulher feito pelo amigo Diego Rivera que conhecedor do amor clandestino com Matilde retratou as duas mulheres e ao fundo nos cabelos revoltos de Matilde pôs escondido um perfil de Neruda, achei bem interessante!
Fotos dos jardins e fachadas da casa, dos anexos como o bar e a biblioteca
Foto do site da Fundação - Fachada externa |
Foto do site da Fundação - Interior da Biblioteca |
Foto do site da Fundaçõa - Jantar íntimo |
Foto do site da Fundação - Sala de jantar com vista do jardim |
La Chascona teve seus tempos de glória e de destruição, quando do golpe militar, o exército saqueou e muitos de seus objetos de artes e das coleções de Neruda foram destruídos. Depois da morte de Neruda, Matilde reparou seus danos e a casa foi renascendo para ser o que é hoje, um museu onde também funciona um café bem pequeno com vista para o jardim, uma loja de artigos como livros e souvenirs e a Fundação Pablo Neruda que tem como objetivo difundir a vida e a obra do poeta.
A visita à La Chascona é deliciosamente guiada por experientes guias e se vai escutando de cômodo a cômodo as histórias do casal e de como montaram cada cantinho. Deve ser marcada com pelo menos uma hora de antecedência com risco de não conseguir um horário, de terça a domingo, sendo que as fotografias estão proibidas no interior da casa.
Oi Val!!!
ResponderExcluirMuito interessante essa viajem pelas casas de Pablo Neruda, espero um dia também conhecê-las. Compartilho com o poeta a paixão pelo mar.
Bom fim de semana!!!
Beijos
Bia
olá minha querida. ainda estou assustada e triste, mas sei que passará. agradeço as palavras e as visitas ao bloguinho. bom final de semana
ResponderExcluirOi Valéria! Tudo bem??
ResponderExcluirOlha só que coincidência. Acabei de visitar o blog de uma querida amiga, a Thaís do blog "Coisas que eu sei" onde ela também postou sobre Pablo Neruda e suas citações.
Está neste link:
http://talves02.blogspot.com/2011/03/vida-ensina-mesmo.html
Como não conhecia muito sobre Pablo, dei uma lida sobre ele na Wikipedia e ali falava sobre a casa La Chascona.
E agora, logo em seguida, venho aqui e me deparo com as fotos da casa deles!
Interessante!
Gostei.
Viajar é uma das melhores coisas da vida!!
Bjs querida
Valéria
ResponderExcluirNada melhor do que um mergulho na intimidade de quem admiramos. Imagno que vc deve ter ficado emocionada ou até em alguns momentos imaginando Neruda escreendo em algum cantinho dessa casa e das outras.
Beijos
Ei Valéria
ResponderExcluirEstou gostando muito dos seus textos sobre Neruda.
Tudo muito bem explicado, quanta coisa aprendi.
Uma verdadeira aula.
Bjo
Ai, ai...eu moraria fácil, fácil nesta fundação...
ResponderExcluirAdorei as cores das fotos.
Xero!
Oi!!!!!!
ResponderExcluirBia!
Procure fazer essa viagem e conhecer as casas, como não podemos fotografar por mais que descrevamos não se consegue descrever todo àquele conjunto de símbolos representativos de uma personalidade tão rica.Bjos!
Welze!
Vamos viver cada dia de cada vez desfrutando do que merecemos e rezar para que tudo dê certo! Você é uma pessoa muito otimista, alegre, perseverante e tem muito amor ao seu redor, com isso conseguimos vencer as dificuldades! Beijão!
Flávia!
Adoro viajar, acho que de uns tempos para cá as viagens sao minha terapia, espero fazer muitas ainda! A vida de Pablo Neruda é riquíssima, apaixonante, me debrucei sobre ela nos últimos dias e adorei as descobertas. Vou vsitar esse blog! Bjos!
Jorge!
Você não imagina quanto, foi muita emoção afinal viajamos para as outras cidades para eu realizar meu sonho. Em cada cantinho especial da sua escrivaninha contemplando toda a vista da cidade ou do mar, eu fotografei, lá podia porque a foto era do exterior, era a paisagem dele! Adorei! Abraço!
Maria Célia!
É bom não? Cada vez que descrevo com detalhes viajo novamente. Você também não pode falar também faz posts bem detalhados!rsrs
Pipa!
A ambientação é bem representativa daquele momento em que viveram ali, mas tem um cheirinho característico de coisa antiga, esquisito,rsrs Bjo!
Boa semana para todos!
os ambientes são muito diferentes do usual e sente-se uma forte sensação de aconchego.
ResponderExcluirdeve ser bem emocionante ver e sentir estes lugares de uma pessoa tão especial e importante pela obra que deixou.
Beijos
Oi Jeanne!
ResponderExcluirFoi mesmo muito emocionante estar ali naqueles ambientes sui generis, tão próprios e diferentes!
Olá, Valéria.
ResponderExcluirGostei de sua publicação. Muito leve a leitura. =)
Encontrei seu blog via google. Minha mãe foi ao Chile e adorou a visita à "casa de Matilde". Estamos agora as duas procurando na net a poesia que ela disse que estava lá... Sabe qual é?
Obrigada e parabéns pelo blog.
Thais.