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Ele se virou e contemplou o corpo inerte e desfigurado da
mulher sobre aquela cama e não pode deixar de pensar em quando a viu pela
primeira vez. Era como se tivesse acontecido no dia anterior. Por trás do
balcão da perfumaria vestida com aquela roupa de corte clássico, o cabelo preso
no alto da cabeça, pouca maquiagem o seu belo sorriso o cativou no primeiro
momento que a viu. Foi ousado em seu cortejo e tirou dela um sorriso tímido,
mas mesmo assim iluminado. Logo estavam namorando. Ela o fazia completamente
feliz, mas sabia que sua felicidade não duraria muito tempo, bastaria que a sua
família colocasse seus olhos sobre ela e percebesse ali uma grande diferença
social e foi o que aconteceu quando os pais quiseram conhecê-la depois de um
tempo de namoro. Não sabia se tinha agido certo, mas na sua insegurança e afã
de mostrar aos pais a sua determinação escolheu aquele encontro para
oficializar o noivado e apresentar as respectivas famílias. O jantar estava
delicioso, mas muito difícil de engolir, o golpe fez com que seus pais falassem
o menos possível tornando o ambiente pesado, constrangedor. Quase só se ouvia o
tímido tilintar dos talheres na louça como marcando o compasso de uma triste
melodia.
Depois daquele dia sua vida mudou radicalmente. Seus pais foram
irredutíveis e o ameaçaram deserdar e como se manteve firme no seu propósito
viu a sua carreira na empresa do pai ir por água abaixo. De repente se viu só.
Com o pouco dinheiro que havia economizado providenciou uma simples cerimônia
de casamento e saiu de casa em definitivo. Sem dinheiro e sem trabalho começou
sua vida de casados esperando que o amor minimizasse a sua tristeza. Ela era
tudo que ele tinha, a amava acima de suas forças. Assim foi construindo a sua
nova família, de emprego em emprego, trabalhando para dar o melhor aos filhos
que foram chegando para lhe dar alegrias.
Se tudo que viveram até ali não foi fácil para ele, para ela
menos ainda. Estava acostumada com as dificuldades e sabia lidar com elas,
driblá-las era seu forte, mas junto às dificuldades ainda ver a tristeza no
olhar e o abatimento daquele homem bonito e cheio de vida que ela conhecera e
despertara nela um grande amor, mas que renunciara a tudo por ela foi pouco a
pouco lhe tirando o viço, a alegria de viver.
Ele não se conformava com toda esta situação, vivia o auge
de uma grande crise, gastara suas últimas economias neste tratamento para sua
esposa, sua esperança estava ali depositada. Via sua vida por um fio e agora
estava sem poder contar com ninguém diante de sua mulher, linda, lívida e que
amava tanto, renunciando a vida, se deixando levar pela tristeza, deitada quase
sem vida naquela cama de hospital esperando um sopro de vida, uma luz. Agora havia
entregado a Deus sua sorte e que Ele tivesse compaixão deles e desse mais uma
chance para serem felizes com o amor que tanto os unia. Sempre existia uma
esperança!
Oi Val....muito bom te ler...sempre ha esperanca..que bom que ela existe!
ResponderExcluirMuito obrigada pelo seu carinho! fico muito feliz quando vc me visita.
Um bj e um dia de paz a vc...
Olá querida!!
ResponderExcluirMuito lindo. O amor é o maior laço que existe.
Bjus no coração.
Oi Valéria.
ResponderExcluirAdoro ler os seus contos.
E este triste mas lindamente escrito. Me prendeu. E o verdadeiro amor vence qualquer obstáculo.
Um bom dia.
Beijos.
Que bom que o amor se fez presente e a esperança os guiaria agora como boa companheira que é!
ResponderExcluirLindo!!beijos,tudo de bom,chica
Oi Valéria
ResponderExcluirMuito triste sua história, merece um final muito feliz depois de tantos obstáculos na vida do casal, o amor deles falou mais alto.
Esperança é a única coisa que resta aos dois.
Beijo e bom dia.
OI, querida Valéria,
ResponderExcluirvocê me deixou sem ter o que dizer, confesso.
Não esperava esta tristeza toda na história de um amor tão forte que já havia ultrapassado a barreira do preconceito familiar!
Mas... a vida não é sempre uma festa, né? A ficção tb não tem que ser. Muito bom.
Bjssssssssssss, quérida!
Oii Valéria, esse texto daria um texto de novela, vc arrasa na criatividade! Parabéns, tomara que tenha uma segunda parte com final feliz rsrs bjooooss, tem sorteio no Blog!
ResponderExcluirSempre somos inspirados por esta coisa da discriminação/preconceito que tanto mancha a sociedade e que se repete continuamente.
ResponderExcluirUma emocionante historia de amor com todas as mazelas que envolve a vida de cada um.Bela criatividade amiga, a construção perfeita para prender a respiração do leitor.
Sempre minha admiração com meu terno e carinhoso abraço.
Olá, querida Valéria
ResponderExcluirSabe, quando adolescente, vivi uma situação semelhante de diferença social... Na época, fiquei triste e foi quando lançaram a música A Pobreza da Lilian e Leno, lembra-se???
Tive que me consolar com a proibição da mãe... era moça de classe média boa época... Paciência!!!
Agradeço a sua constante e carinhosa participação na Série Comemorativa do meu Blog pelos seus 3 anos...
Deus abençoe, ricamente, toda a sua vida!!!
Bjs festivos de paz
Oi Valária, vem retribuir a sua visita.
ResponderExcluirEstou esperando a continuação da história e espero que seja um final feliz.
bjk
Valeria,um conto triste mas muito bonito!Para o amor sempre existe a esperança!bjs e boa quinta!
ResponderExcluirmandou bem valeria... juntou as palavras para descrever suas ideias... que lindo ficou. parabens. grande abraço lamarque
ResponderExcluirUma história triste e muito bem contada! O amor faz milagres...mas conseguirá devolver alguém à vida que já pouco lhe diz? A esperança é sempre uma vela acesa!
ResponderExcluirbeijo
Graça
Nem sempre o amor é compreendido. Mas sábios são os que enfrentam os desafios e se entregam a ele. É triste seu conto e nos faz torcer por uma ajuda divina, como se estivesse fora da ficção. As diferenças entre os indivíduos não estão na condição social e cultural, mas na capacidade e grandeza dos sentimentos, na abertura e no respeito. Bjs.
ResponderExcluirOi Valéria,
ResponderExcluirÉ muito triste... assim vc me faz chorar!
xoxo
Gosto disto!
Olá Valéria,
ResponderExcluirEle foi valente e arriscou tudo por amor. Isto é muito lindo, embora a trajetória deles tenha sido bem difícil. Mas mesmo em situação de desalento o amor persistiu. Fiquei aqui na torcida para que os pais dele aparecessem para socorrer o casal. Viu como a gente entra no conto?
Parabéns!
Beijo.
Oi Val!!!
ResponderExcluirSeu conto daria belas cenas de cinema, esta história me remeteu a um bom episódio da sétima arte.
Tenha uma alegre sexta-feira!!!
Bjs :)
Olá, querida Valéria
ResponderExcluirPassando de novo pra agradecer o seu carinho na Série Comemorativa pelos 3 anos de vida do meu Blog...
Deus te cubra de bênçãos e te faça feliz!!!
Bjs festivos de paz
Belo texto amiga!!Bjss
ResponderExcluirSempre há esperança. Eu sempre penso que o roteiro de nossas vidas não nos pertence...apenas somos protagonistas, portanto, devemos ter sempre fé de as coisas possam um dia melhorar...
ResponderExcluirBeijos