Um tempo atrás uma amiga me enviou um e-mail com um poema belíssimo de Adélia Prado “Quanto jeito que tem de ter amor”, indagada depois quanto à origem do poema, de qual livro ele era, pesquisei, mas não soube responder. Quem souber me tire essa dúvida, mas independente de quem seja o autor, é de muita sensibilidade e sabedoria, afinal muitas vezes desperdiçamos pequenos gestos do dia-a-dia ricos em significado, que nada mais são do que pequenas demonstrações de amor. O poema é um convite para observarmos as mínimas coisas, simples atos que dizem muito, pois afinal não temos como definir todos os jeitos de amar, eles são infinitos...E cada um ama a sua maneira...
“Meu Deus, quanto jeito que tem de ter amor"
Adélia Prado
Uma personagem põe-se a lembrar da mãe, que era danada de braba, mas esmerava-se na hora de fazer dois molhos de cachinhos no cabelo da filha, para que ela fosse bonita pra escola.
Meu Deus, quanto jeito que tem de ter amor.
É comovente porque é algo que a gente esquece: milhões de pequenos gestos são maneiras de amar. Beijos e abraços são provas mais eloqüentes, exigem retribuição física, são facilidades do corpo. Porém, há outras demonstrações mais sutis: Mexer no cabelo, pentear os cabelos, tal como aquela mãe e aquela filha, tal como namorados fazem, tal como tanta gente faz: cafunés. Amigas colorindo o cabelo da outra, cortando franjas, puxando rabos de cavalo, rindo soltas.
Quanto jeito que há de amar.
Flores colhidas na calçada, flores compradas, flores feitas de papel, desenhadas, entregues em datas nada especiais: "lembrei de você".
É este o único e melhor motivo para azaléias, margaridas, violetinhas.
Quanto jeito que há de amar.
Um telefonema pra saber da saúde, uma oferta de carona, um elogio, um livro emprestado, uma carta respondida, uma mensagem pelo celular, repartir o que se tem, cuidados para não magoar, dizer a verdade quando ela é salutar, e mentir, sim, com carinho, se for para evitar feridas e dores desnecessárias.
Uma foto mantida ao alcance dos olhos, uma lembrança bem guardada, fazer o prato predileto de alguém e botar uma mesa bonita, levar o cachorro pra passear, chamar pra ver a lua, dar banho em quem não consegue fazê-lo só, ouvir os velhos, ouvir as crianças, ouvir os amigos, ouvir os parentes, ouvir...
Rezar por alguém, vestir roupa nova pra homenagear, trocar curativos, tirar pra dançar, não espalhar segredos, puxar o cobertor caído, cobrir, visitar doentes, velar, sugerir cidades, filmes, cds, brinquedos, brincar...
Quanto jeito que há.
que gatinho mais foto esse da foto! obrigada pela visita no blog. beijao querida!
ResponderExcluirOi, Valéria.
ResponderExcluirCom tanto e-mail que circula atribuindo a outros uma autoria, não posso lhe dizer se este seria da Adélia Prado. Mas tem jeito de ser. Engraçado que sou fã mas nunca li um livro dela, leio as poesias que aparecem publicadas em jornais e revista, eventualmente.
Vou me redimir e comprar. Se achar o texto como dela, lhe conto.
É belíssimo e amar é isso, dar-nos em pequenos gestos, mas significativos.
Bom fim de semana!
Oi Cintia!
ResponderExcluirAmei essa foto, linda!
Torci e torço para que tudo desse certo!
Oi Lúcia!
ResponderExcluirÉ uma preocupação hoje em dia, tenho até medo!
Acho que é mesmo da Adélia, bem o estilo dela, amor, cotidiano, simplicidade, palavras que expressam sentimento...
tenho nos meus guardados esse texto belíssimo. de vez em quando o leio é bom demais. bom final de semana
ResponderExcluirOi, Valeríssima!!!
ResponderExcluirMais um post fantástico, viu!!! Adoro a Adélia Prado, tenho 2 livros dela, mas não conhecia esse texto. Òtima escolha para nos fazer pensar, lembrar e até identificar como são inúmeras as formas de amar.
Beijão.
Patrícia.
Oi Welze!
ResponderExcluirFaz tempo que recebi, estava nos meus guardados também, senti que poderia compartilhar, acho lindo!
Oi Paty!
ResponderExcluirEsse diz tudo, não? Como falei no post tenho dúvidas quanto a autoria, espero que seja dela, é um texto de escrita simples, mas que expressa toda a pureza do sentimento.
Valéria o texto é magnífico, quantas dicas para se amar e como é tão fácil, por que será que precisamos ler essas coisas para acordar?
ResponderExcluirBeijos
Lendo o texto, que é lindo e perfeito, pensei em como as pessoas estão distantes destas formas delicadas de amor, distribuindo gentilezas, cuidando e zelando pelos outros...
ResponderExcluirBeijos
Valéria,
ResponderExcluirEssa sua postagem me lembrou o que vivi hoje. Foi bem isso... Minha sobrinha de 5 aninhos estava em casa com minha irmã (a mãe dela). No meio da manhã, a mãe lembrou-se que era aniversário da filha (ela completava os tais 5 aninhos)e ficou sem saber o que fazer (chocada com o esquecimento...). Eu, imediatamente, comecei a bater um bolo. Depois do almoço, coloquei cinco velinhas brancas em cima do bolo de nozes com cobertura de goiabada e a criança feliz, gritava e aplaudia e dizia: eu amo todos vocês! rsrsrs
Oi Néia!
ResponderExcluirAcho que estamos nos preocupando com coisas de dimensões maiores, além de nós, de ordem prática e deixando passar despercebidos as pequenas demonstrações de afeto, esses pequenos sinais vitais.Vamos acordar!
Oi Jeanne!
No corre-corre esquecemos desses pequenos gestos de grandes significados, que para uns é um alento, para outros aquela regazinha que alimenta e mantem as relações e para outros ainda verdadeiras declarações de amor. Como são preciosos esses momentos!
Oi Josafá!
Que bonito isso! Está vendo, com pequenas atitudes fazemos o outro feliz, simples assim, um bolo, uma lembrança e um sorriso puro que nos enche de prazer, uma alegria contagiante para quem dá e recebe. Parabéns!
Oi Valéria,
ResponderExcluirNão conheicia! É lindo e verdadeiro.
Postando aqu, foi a sua maneira de amar a todos nós que frequentamos o seu espaço.
Bjkas e uma semana maravilhosa para vc.
http://gostodistonew.blogspot.com/
Oi Betty!
ResponderExcluirObrigada, é mesmo de muita beleza e simplicidade!
Muito lindo e verdadeiríssimo!!!
ResponderExcluirOi Valéria querida.
ResponderExcluirUma vez uma amiga disse:
Sempre que alguém lhe der uma coisa, qualquer coisa, seja uma bala ou uma flor roubada, fique feliz. Significa que a pessoa gosta de você. Ninguém dá nada de graça sem gostar.
Claro que pode não ser amor, mas concordo que existem sim várias maneiras de demonstrar tanto o amor quanto um simples gostar.
Amei o post!
Bjs e obrigada pelos parabéns pelo meu aniversário de casamento.
Oi Ana!
ResponderExcluirSó hoje melhorei de uma crise de labirintite que me deixa fora do ar.
É, esse é um texto para se ter guardado e dar uma lidinha de tempos em tempos para refrescar a memória aturdida pelo dia-a-dia. Esquecemos muitas vezes de simples gestos de amor.
Oi Flávia!
ResponderExcluirQue a cada ano, que sejam muitos, o amor de vocês seja confirmado e sempre recheado de pequenos gestos diariamente, sempre...
Existe coisa melhor que um carinho em forma de uma simples flor, um cartãozinho? Muitas vezes precisamos de tão pouco...
Esse lindo texto na verdade é de Matha Medeiros do livro Montanha Russa , crônica intitulada como Jeitos de amar . Nessa crônica ela cita uma frase do livro de Adélia Prado intitulado Prosa Reunida.
ResponderExcluir