A busca incessante de viver em um estado de felicidade está em grande parte das pessoas senão em todas elas, mas o que seria felicidade?
O conceito de felicidade é recorrente na filosofia, o encontramos desde os grandes filósofos gregos atravessando os séculos até o filósofo francês André Comte-Sponville (Paris-1952) resgatar essa discussão em uma conferência transformada em livro A Felicidade, desesperadamente, que aborda o tema do eterno movimento do homem de realizar desejos que teriam o efeito efêmero da felicidade. Ele parte da hipótese que a cada sonho, desejo, a espera de realizá-lo seria em si a busca da felicidade e que culminaria no prazer da aquisição do desejado, do esperado viveríamos então em uma contínua busca do equilíbrio entre desejo e realização. Estaríamos então em busca daquele “momento” de felicidade, que se instalaria por um tempo até novos objetos de desejo, do distante, do inatingível naquele momento, até se tornar possível e proporcionar uma nova alegria imediata. Pensado assim com esse pragmatismo parece óbvio, mas como ele mesmo fala depois, o problema está em não aceitar que a felicidade não é absoluta e que deixando de viver na relatividade da felicidade nunca seremos felizes, nem teremos momentos de alegria. Está também na terrível constatação de que a felicidade também desespera, na angústia por mantê-la perto por mais tempo, pelo prolongamento daquela alegria, daquele prazer, pelo medo de sua finitude...
O que nos move então? Segundo Sponville é o desejo, “o desejo é a própria essência do homem; mas há três maneiras principais de desejar, três ocorrências principais do desejo: o amor, a vontade, a esperança”. Então para viver de uma maneira mais livre, aberta para a felicidade sem deixar a esperança dentro de nós morrer devemos “aprender a desejar o que depende de nós (isto é, aprender a querer e agir), trata-se de aprender a desejar o que é (isto é, a amar), em vez de desejar sempre o que não é (esperar ou lamentar). Ele continua (...) Aprendam ao contrário a desenvolver sua parte de sabedoria, de potência, como diria Spinoza, em outras palavras, de conhecimento, ação e amor. Não se impeçam de esperar: aprendam a pensar, aprendam a querer um pouco mais e a amar um pouco melhor. (...) Paremos de sonhar nossa vida”. Vamos viver a felicidade desesperadamente, ou seja, sem esperá-la...
Este livro é inspirador para nós que vivemos em um mundo de valores e sentimentos efêmeros, numa busca constante de não sei o quê, seja pessoa ou bem, de um consumismo sem fim e de relacionamentos fugazes.
"A infelicidade se instala quando nossas alegrias dependem totalmente de circunstâncias externas". Sponville
Que texto hein? Não conhecia esse autor. Vou procurá-lo nas minhas andanças às livrarias. Xero
ResponderExcluirOi Pipa!
ResponderExcluirEle é um filósofo de uma escrita bem acessível a nós leigos e que escreve livros belíssimos, esse então é maravilhoso.
realmente maravilhoso. sou feliz dessa, daquela e de todas as maneiras. simples assim.gostei muito da postagem .um abraço e boa semana
ResponderExcluirOi Welze!
ResponderExcluirÉ verdade, você é o exemplo de quem não espera a felicidade, ela acontece para você...
O texto inteiro é simplesmente maravilhoso mas aquela frase no final é de uma verdade incontestável:
ResponderExcluir"A infelicidade se instala quando nossas alegrias dependem totalmente de circunstâncias externas".
Beijos
Oi Néia!
ResponderExcluirEsta frase é perfeita e ela infelizmente retrata o vazio em que muitas pessoas vivem. O livro é excelente!
Esperança...do que seríamos se não a tivessêmos?
ResponderExcluirPaz e bem
Somos o primeiro e principal fundamento de nossa felicidade. De nós mesmos havemos que tirar beleza, para que a possamos, igualmente, encontrá-la fora.
ResponderExcluirBjs.
Bom dia,Valéria!!
ResponderExcluirTens razão querida, este texto não recebeu a atenção que merecia!!Vivemos numa época de valores distorcidos, onde para muitos ser feliz é ter muito dinheiro ou fama...o que observando bem, percebemos que nem muito dinheiro nem a fama trazem a felicidade como sonham...
Ser feliz é um estado de espírito, é saber calorizar cada minuto do dia e ser grata por estar sempre aprendendo, crescendo...vivendo!!!Pra mim isso é ser feliz!!!Poder realizar os sonhos penso ser um bônus...para aquele que persiste.
Beijos minha linda!!!!
**é saber VALORIZAR cada minuto do dia...
ResponderExcluirDesculpe!!!saiu errado...
Que maravilhoso esse texto e autor!Lindo! um beijo,tudo de bom,chica
ResponderExcluirSEguindo minha trilha dos sete post...sim, realmente este post merecia mais atençao, mais reflexao...é mt interessante!!
ResponderExcluirNana