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O natural na vida é se ter uma família como referência, um porto seguro, uma base seja como um ser social, seja como um individuo. Cresci assim, em uma família que me dedicava toda a atenção e carinho. Aos 13 anos perdi minha mãe e vi ruir um pouco esta base, ela era uma mulher forte e dedicada. Continuamos eu e meu pai. Quando estava com 16 anos descobri que eles não eram meus pais biológicos, boba ou cega, nunca percebi as idades deles como um empecilho para serem os meus pais biológicos, mas da maneira mais estúpida, que não vem ao caso agora, descobri a dura verdade. Ali vi meu mundo dar uma reviravolta, perdi meu referencial, me senti um peixe fora d’água. Já não me sentia em casa realmente, aqueles tios, primos não eram mais os meus. Sentimentos os mais confusos e contraditórios se apoderaram de mim, me deixaram uma sensação de vazio, com vontade de sumir, morrer. Embora isso nunca tenha se resolvido em minha cabeça, em meu coração, confesso que todos aqueles sentimentos ao longo dos anos foram se dissipando. Restou uma saudade doída pelo que não existiu, pelo que não vivi, principalmente por ter depois de alguns anos da descoberta ter conhecido minhas irmãs. Sim, o destino me fez conhecê-las, tenho dois irmãos e duas irmãs. Imatura e emocionalmente instável não consegui assimilar o novo papel que me foi designado, o de irmã, já era mãe, mas queria ter mãe e esta também não mais aqui estava. Senti-me só e deslocada novamente. Fugi desesperadamente daquela família que batia a minha porta, me buscava reencontrar. Nunca encontrei meu ponto de equilíbrio, sempre me achei órfã de todos os pais que tive e que infelizmente não pude continuar a ter, é um vazio permanente.
Hoje com o advento da internet que encurta as distâncias e aproxima as pessoas estou tendo uma nova chance de reencontrar meus irmãos. Mais amadurecida percebo que são meu referencial, o equilíbrio que busquei todo este tempo. Vou aproveitar esta nova oportunidade que me foi oferecida. Possuir uma família, pertencer a aquele grupo que te aceita e ama é reconfortante, é quase como um colo de mãe.
“A vida me fez de vez em quando pertencer, como se fosse para me dar a medida do que eu perco não pertencendo. E então eu soube: pertencer é viver”. Clarice Lispector
A vida se repete. Eu vivi exatamente isso... Descobri de forma brutal que não era filha daquele pai com quem convivi, que minhas irmãs eram meia irmãs somente...
ResponderExcluirProcurei a outra família e não aprofundei.
Anos mais tarde, encontrei pela internet, dois deles, trabalhei em grupos de filosofia com um deles até.
Hoje,m por sinal ,um deles aniversaria. Nos falamos pela internet, mas cada qual, cada qual,sr
Não há o grande vínculo,,,
Desejo o melhor pra ti e vocês. Aproveitem bem essa chance! beijos,chica
A vida nos coloca diante de oportunidades para que possemos nos reencontrar, pois somos seres inacabados, sempre em constuçlão...
ResponderExcluirbjs
Valéria, falar sobre as angústias faz um bem enorme! Fico feliz em saber que o mundo virtual anda te proporcionando momentos bons, estar perto da família é se sentir aconchegada no mundo, não é mesmo?
ResponderExcluirÓtima semana para você, beijos.
Bem, minha irmã mais velha diria que a verdadeira família nem sempre é aquela feita pelos laços de sangue. Não sei. Em mim, a família "de sangue" sempre foi e será importantíssima! Por isso ela faz o coração doer pra cacete qdo desanda!
ResponderExcluirDe qq forma, a dor é de quem tem e quem a tem é que sabe como é, mesmo sem entender os porquês. Ai, nem sei se me fiz entender!
Bjsssssssssss, querida Valéria e fique sabendo que a admiro, mais ainda agora: vc se construiu belamente apesar dos desencontros ou dos "não pertencimentos pertencidos".
Só quem vive sabe a dor da experiência. Posso dizer que sua história é linda, vai ter um final feliz. Mas só você sabe da sua dor, da perda das mães, dos pais. Mas se tem os irmãos, o laço pode ser estreitado. Pode ao menos tentar. Desejo que seja muito feliz com eles, laços de sangue são importantes, embora nem sempre gratificantes. Que seus irmãos preencham o vazio dentro de você, JUNTO com você. Beijo!
ResponderExcluirQue Deus ilumine sua nova caminhada.
ResponderExcluirhttp://anabelajardim.blogspot.com/
"Quando procuro o que há de fundamental em mim,
ResponderExcluiré o gosto da felicidade que eu encontro."
(Albert Camus)
Me emocionei com sua vida e tenho certeza que
a hora chegou...então respire, abrace e abençoe
todo o carinho q esta a sua espera......
Sorte!
Beijo
Olá Val!!!
ResponderExcluirNão deve ser uma situação fácil... mas existem pessoas que tem pais biológicos vivos e não gostam ou não se dão bem com eles... também existem pessoas que não são da família e são mais amigas, amáveis e verdadeiras do que a própria família... enfim existem muito tipos de famílias e histórias... de qualquer forma a vida é bela e devemos agradecer todos os dias à Deus por estarmos aqui neste planeta e por ele colocar no nosso caminho pessoas que fazem toda diferença em uma vida!!! Agradeço por tê-la conhecido mesmo que virtual!!!
Uma semana abençoada!!!
Bjs :)
Valéria, que show de sentimentos você nos relatou! E que bacana o seu amadurecimento e sua vontade de retornar às raizes. Invista sem temor, Valéria, no seu referencial! Invista na vida não importa o momento. Grande abraço e parabéns pela escrita tão linda! Conte sempre comigo!
ResponderExcluirOi maninha!
ResponderExcluirA vida nos roubou momentos que jamais poderemos revivê-los, sabe sentir saudade do que não foi? É isso que sinto quando penso na nossa história, mas se não podemos voltar o passado, temos o presente para construirmos um futuro, e aqui estou; linda, loira e cheia de amor pra dá, rs. Você sabe que pode contar comigo, se não tenho um colo de mãe pra te oferecer, ou será que tenho? Mas eu te digo assim: "Encosta tua cabecinha no meu ombro e chora..." Bjs.
Minha querida, muito importante seu relato mostrado aqui.
ResponderExcluirFico feliz que esteja se sentindo melhor quanto a ter um referencial familiar, mas sabe, por mais triste que alguém se sinta porque foi adotado, seria importante que a pessoa entendesse que claro que é bom termos uma família biológica,porém nem sempre isso é possível, por "n" motivos que não nos cabe julgar, mas na verdade é uma benção quando se é adotado e podemos ter uma família de que nos ame, que esteja nos apoiando emocionalmente; nós, infelizmente nem sempre sentimos assim, porém entendamos que mais do que papéis sociais, o amor é que deve ser nosso maior elo de ligação com as pessoas.
Tudo tem um porque na vida, um dia você saberá o porque viveu o que viveu, mas enquanto isso ocupe-se mais e mais em amar, seja alguém ligado a você biologicamente ou não, ser ligado geneticamente não é o mais importante. Aproveite este reencontro com seus irmãos e irmãs, neste momento de maior maturidade sua, tudo traz em si grandes lições e oportunidades de amar, amar e amar a tudo e à todos.
Pode ser maravilhoso o nosso conviver com os demais, mas não coloque neles e nem em ninguém, expectativas demais, podemos compartilhar e isso é lindo, mas nós temos que aprender a ser nosso próprio referencial, minha querida, na realidade ninguém mais o é, de fato.
Beijinhos no seu coração, ótima semana
Valéria
Val...
ResponderExcluirDesejo que vc encontre a paz nessa nova fase.
“Senhor, dai-me força para mudar o que pode ser mudado...
Resignação para aceitar o que não pode ser mudado...
E sabedoria para distinguir uma coisa da outra.
São Francisco de Assis
Beijos querida!
Oi Valéria,
ResponderExcluirQue história linda. Acho que a vida está abrindo o olho para o fato que ter em dobro é melhor do que não ter. Vc teve duas famílias, aproveite e as ame. Qto mais gente gostar de nós, melhor!
Beijos 1000 e uma semana maravilhosa para vc.
www.gosto-disto.com
Oi Valéria, fui lendo o que escreveu e pensando em minha vida.
ResponderExcluirSe eu fosse ter por base ou referencial em minha vida a família que tive eu estaria completamente sem rumo, não porque eles não eram minha família verdadeira, mas pq nunca me deram base de nada, ao contrário, vivi uma infância e adolescência por demais sendo execrada e rejeitada.
Construí o meu verdadeiro referencial de vida sozinha, em contato com pessoas que não tinham laços de sangue comigo, mas tinham os verdadeiros laços espirituais, esses que nos ligam mais do que qualquer parentesco de sangue.
Desconfiei várias vezes não pertencer a esta família com a qual vivi, porque sou muito diferente deles, mas também se for verdade não me importa, o que me importa realmente são somente meus irmãos de "alma".
Eu acho por demais sublime o ato de adoção, porque é um "ato" de amor até maior do que dar a luz, porque é uma escolha que se faz no sentido de cuidar, de amar e de dar o melhor de si a alguém.
Quando vemos pelo lado reencarnatório, os filhos adotivos são aqueles que no passado foram realmente muito amados por nós, enquanto que outros são filhos legítimos e não se tem a mesma ligação, enfim...
Eu construí o meu referencial sozinha, aprendendo com cada um que partilhou de seu caminho comigo, não tive base familiar, não tive um porto seguro e talvez por isso descobri que o meu único e verdadeiro porto seguro "sou eu mesma" e ninguém mais.
Você pode pensar que te conto isso com tristeza, mas não... conto com alegria, aprendi tanto, cresci tanto interiormente com o aparente abandono que tive, que hoje só tenho a agradecer, pois me foi uma grande lição e exercício de vida.
Beijos amiga, estou feliz por estar de volta, ótima semana!
Maravilhosa descoberta,ter tempo de correr atrás.Faça isso mesmo valéria,queira sentir-se amada.
ResponderExcluirbeijo grande
Um relato emocionante Valeria e mostra que nunca é tarde para se rever sentimentos e pensamentos e que nós somos os responsaveis por nossa felicidade.Penso que ja li este seu relato em alguma participação.
ResponderExcluirMeu carinhoso abraço amiga.
Bela semana de paz e alegria com poesia.
Você descobriu que tinha outra origem, em uma idade que, por si só, já traz vários questionamentos. Tenho uma prima que passou por isso e não soube lidar com a situação. Modificou seus hábitos e passou a agir "loucamente". Quando se casou, não conseguia engravidar e acabou conseguindo uma criança, que registrou como filha. Espero que permita a ela saber a verdade, antes que terceiros lhe contem, porque há sempre alguém para fazer isso.
ResponderExcluirO objetivo que se propõe é deveras importante. Adulta, madura, terá a oportunidade de conhecer seus irmãos biológicos e sua real história familiar.
Grande beijo e sucesso nessa empreitada.
Valéria, minha amiga, o que eu posso te dizer.... EU TE ENTENDO PERFEITAMENTE!
ResponderExcluirA vida prega peças na gente e a gente acaba ficando sem chão. E o amor que sempre esteve presente some do nosso coração.
Temos coisas em comum, e sei que não deve ser fácil tudo isso...
Fé em Deus e acredite: tem pessoas que não têm o seu sangue que te amam muito, bem mais do que vc imagina.
Que Deus te mostre todas essas pessoas, e que vc ultrapasse todas essas barreiras, com todo o amor que vc tem direito.
Beijos
Valéria
ResponderExcluirSei que não é fácil. Nem sempre o elo do amor está vinculado á família.As vezes encontramos o verdadeiro afeto com outras pessoas. Eu acredito na ligação espiritual. Te admiro pelos seus questionamentos na busca para se sentir melhor. E o tempo é sábio nos reconforta e abre caminhos.
Muita luz
Linda semana
Beijos.
Valéria,
ResponderExcluirsua história me fez lembrar uma frase que gosto muito:
"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim."
(Chico Xavier)
Que no seu tempo tudo possa se ajeitar. E que, principalmente, você encontre a sua paz interior!
Estamos na torcida por você! :)
Beijinhos,
Carol
www.umblogsimples.com
Olá querida!
ResponderExcluirTudo na vida é um aprendizado.
Sua história é emocionante e eu te desejo
muita paz e sabedoria!
Beijão
Bom dia,Valéria!!
ResponderExcluirNossa querida...que história de vida em?!Imagino o quanto deve ter sido difícil...e fico MUITO FELIZ por você estar dando uma nova chance.Não acredito em acasos...e tudo tem uma razão de ser,mesmo que por hora não possamos entende-la ou vê-la!Acredito que sempre estamos no lugar certo,e isso só nos faz aprender e crescer.No fim, vamos perceber que somos todos irmãos,mas nos agrupamos por sintonia, ou por necessidade de troca(de aprendizagem).
Boa sorte, desejo do fundo do coração que sinta-se bem e feliz, com todas estas descobertas.
Beijos!!!!
Valeria,uma história muito comovente mas o bom da passagem do tempo é nosso amadurecimento e novas maneiras de encarar as coisas!Vc está dando a volta por cima!Lindo demais seu relato!bjs,
ResponderExcluirA gente passa um tempão em contato, mesmo de longe, e acha que sabe alguma coisa sobre a vida dos amigos. A verdade é que a gente mal sabe da própria história. A sua é bonita, apesar de triste em alguns pontos, principalmente porque vc tem aprendido com ela. Fique bem e seja feliz!
ResponderExcluirbjos
Não recebemos a vida como um quadro encantador. Ela vem em branco e depende de nós colori-lo. Cada um, de acordo com suas experiências, faz seu traçado. Você já produziu muitos deles, com arte, depois daquela data que a marcou. Isso é meritório, independente das interrogações que recebeu. Tenho um sobrinho cujo pai o abandonou aos 2 anos. Sei que carrega inúmeras marcas, invisíveis, não nos permitindo apagá-las. Certa vez, minha irmã, com seu espírito humanitário, manteve contato com um dos irmãos dele, de um casamento anterior do pai. Não houve qualquer interesse em aproximação. Nós queríamos que ele se relacionasse com os irmãos, que conhecesse um pouquinho do outro lado. Mas foi em vão. Vejo, assim, que o quadro em banco da vida nem sempre aceita certas cores, por mais que tentemos deixá-lo vibrante. E chega um momento em que passamos a alimentar um egoísmo "saudável", desligando-nos de vínculos que não chegaram a ser raízes . Grande beijo!
ResponderExcluirNossa Val, que forte! Imagino mesmo o quanto pode ser difícil. Na minha vida sempre tive meus pais como primeiros referenciais pra mim, quando minha mãe ficou doente e quase morreu, o chão quase desapareceu sobre meus pés. Graças a Deus ainda posso contar com eles, sei o quanto o colo do pai, da mãe da gente é coisa insubstituível em nossa vida, por mais que tenhamos outros tipo de relações que tb nos fazem bem, amigos, irmãos, marido. Pai e mãe são sagrados, já diria aquele ditado Mas que Deus possa abençoar sua vida e através dos seus irmãos, e que bom que vc os tem (eu sou filha única!), possa restituir de alguma forma essa ausência na sua vida! Bjim Flor, tudo de bom!
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