CIDADES HISTÓRICAS DE MINAS GERAIS - DIAMANTINA

           Se viajar é bom, e quem viaja sabe que é, chegar a nossa casa depois de uma viagem como a que fizemos é melhor ainda. Foram aproximadamente seis mil quilômetros de estrada, fosse ela boa ou sem estrutura, ou esburacadas, ou mal sinalizadas, ora com trânsito infernal de ultrapassagens escandalosas, ora em estradas calmas, ora com acidentes e congestionamentos, ora com belas paisagens outras nem tanto, e sobrevivendo aos contratempos que podem ocorrer em uma empreitada dessas, voltamos sãos e salvos e cheios de novidades e boas recordações.
         Para atingirmos nossas metas diárias tivemos que viajar a noite e foi bem tarde que chegamos a Montes Claros, nossa primeira parada. Considerada a maior cidade do norte de Minas é uma cidade agradável e bem dinâmica. Lá moram os noivos e lá iríamos assistir ao belo casamento da sobrinha Raissa. Simples, mas muito bonito.

          De lá de Montes Claros partimos para fazer uma breve visita a Diamantina, cidade considerada Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, rica em história que permanece viva em seu patrimônio cultural e arquitetônico preservados. Pertencente ao circuito do diamante, de onde se originou seu nome, a exploração de suas jazidas fez dela palco de opulência e prosperidade refletidos ainda hoje na sua história e arquitetura. As edificações históricas compostas de igrejas, museus e casario assim como o entorno de belas paisagens contrastam com o frenesi provocado pelo trânsito de carros e pessoas, moradores e também de muitos turistas que percorrem o sobe-e-desce das ruas de pedras. É a dinâmica de uma cidade que vive de sua história. Na terra natal de Juscelino Kubitschek e Chica da Silva, seus filhos mais famosos, uma cidade de quase três séculos de fundação conheci mesmo que rapidamente a casa de Chica, a famosa escrava alforriada que foi destaque na sociedade daquela época, a bela Catedral com seu lindo altar dourado, a Igreja de São Francisco, a Praça JK, o Passadiço da Glória, a Igreja do Carmo e a Igreja do Rosário. Finalizamos nosso passeio numa espécie de bistrô de comida árabe, o Al-árabe, pequeno, mas charmoso e onde degustamos deliciosas iguarias. De Diamantina parte o circuito da Estrada Real, aqui denominado o caminho dos diamantes em função da exploração e escoamento daquele minério.

A casa de Chica da Silva

                                              

                                  A cidade vista da Casa de Chica - Arquitetura preservada 

           Na casa de Chica em uma sala denominada de salão dos sete pecados, obras do artista Marcial Ávila compõem com poemas do próprio artista uma homenagem à figura daquela que bem viveu como rainha no apogeu econômico do ciclo do diamante. Cada pecado capital, uma imagem de Chica e um poema.
            Um grande quadro (abaixo) retrata as virtudes humanas, a esperança, a fé e a caridade.

               

                                                      A Luxúria e A Inveja

A Ira e A Preguiça

                   

                                                     A Soberba e A Cobiça 

A Gula

           Se podemos apreciar a preservação e o bom estado da Catedral tanto no seu exterior como no interior, o mesmo não se pode apreciar nas condições internas das Igrejas do Carmo, que mesmo sendo a mais rica, possuindo um belo altar folheado a ouro, com seu orgão de ouro com 549 tubos e com a peculiar torre ao fundo não se encontra em perfeito estado. O campanário está se deteriorando a olhos vistos, com a estrutura totalmente avariada. Nestas condições também se encontra a Igreja do Rosário, a mais antiga da cidade, que foi construida por escravos negros e é decorada com imagens negras, denominada a Igreja dos Negros.

A Catedral Metropolitana de Sto. Antônio e o difícil trânsito

A Igreja de S. Francisco onde está sepultada Chica da Silva

O Passadiço da Glória

A Praça central

As janelas decoradas com as famosas namoradeiras

A Igreja do Carmo

A Praça JK

A Igreja do Rosário

A singela Capela de N. Senhora do Amparo