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Ela parou de ler, deitou o livro sobre o colo e fitou o
horizonte. Deitada na espreguiçadeira ela tinha diante de si uma paisagem
reconfortante e bela. As ondas de águas límpidas do mar a sua frente quebrava
trazendo aquela espuminha branca bem junto de seu portão. Ela respirava aquele
cheiro gostoso de mar trazido naquelas ondas e se sentia mesmo por um momento feliz, em paz. Uma
leitora voraz sentiu pela primeira vez o peso do livro sobre o peito oprimido e saiu do
devaneio, aquele trecho da leitura havia lhe despertado recordações, uma
lembrança ainda não resolvida teimava em atrapalhar sua leitura. Aquela
personagem bem podia ser ela, com uma diferença significativa, ela não estava
conseguindo enfrentar a situação de frente. De repente se sentiu cansada e
entediada, colocou um marcador no livro e levantou. Foi preparar um chá na
cozinha sem parar de pensar e refazer todo o seu dilema. Na maioria das vezes
conseguia driblar os seus problemas, mas vez ou outra quando vinham à tona se
deixava tomar de preocupações. Pegou a xícara e foi até o quarto, lá abriu uma
caixa e tirou dele todo o conteúdo, várias fotos de seu marido com outra
mulher. Aquilo a estava deixando totalmente desconcertada, sem norte, não havia
comentado com ninguém e estava sufocando, precisava desabafar, mas com quem?
Sentia um misto de sentimentos e não sabia o que fazer desde que suspeitou e
seguiu o marido, sentiu-se mal ao tirar aquelas fotos, mas precisava fazer
aquilo. Afinal ele era um marido tão bom, que ninguém iria acreditar sem as
fotos como prova. Um vazio dentro de seu peito aos poucos ia fazendo
desaparecer o amor que sentia, se sentia como uma árvore quando tem sua seiva
sugada. Bebeu o resto de chá e guardou as fotos, não viu que uma delas caiu no
chão e saiu do quarto. Foi preparar o jantar, pois os filhos e o marido logo
chegariam.
Na mesa o jantar aconteceu como de costume parecia uma família
harmoniosa e ao final cada um foi para os seus afazeres. Os filhos, uma mocinha e
um menino foram em direção aos seus quartos e o marido foi para frente da tv na
sala. De pé diante da mesa terminando os últimos detalhes da arrumação vê sua
filha aos prantos entrar na sala e partir para o pai com uma foto na mão. Aos
gritos a menina quase não se fazia entender, o marido lívido olhava a foto sem
saber o que dizer ao ver a esposa se aproximar e tomar a foto das mãos da
filha. Como numa catarse, sentimentos até então sufocados foram expostos da pior maneira possível.
Intempestivamente todas as dores e mágoas foram externadas, tudo ali na frente
dos filhos e no calor da emoção, o filho que até então não se manifestara
gritou pedindo silêncio, não entendia completamente a situação, mas sabia de
uma coisa, parecia que seu mundo ia desmoronar e queria os seus pais unidos.
Olhou para o pai, olhou para a mãe e indagou se eles gostavam um do outro
ainda, para perplexidade da mãe o pai disse que sim, ela também respondeu que
sim. O menino sorriu um sorriso triste e disse olhando para a mãe - perdoa ele
mãe, nós precisamos de vocês juntos. Ela olhou para o filho emocionada, baixou
os olhos para a foto, se sentiu dividida, olhou para o marido que a olhava um
tanto quanto envergonhado, mas apreensivo, rasgou a foto e sorriu para o filho.
Algo havia se quebrado, um certo desencanto rondava a sua família, mas ela daria uma nova chance a todos.
Nooooooooooossa!!Que situação!!!
ResponderExcluirE uma verdade assim exposta tão duramente, descoberta ela filha!!Que coisa! E deu pra sentir toda emoção que colocaste. És maravilhosa ,escreves tri bem.
Ela foi valente ao enfrentar e dar uma nova chance... Certamente as coisas não seriam iguais, mas em nome da família ela repensou...
Decisão difícil. Primeiro eu estouraria um vaso na cabeça dele,rsrs
Temos que brincar!! beijos,chica
Olá Valéria :))
ResponderExcluirDescobri seu blog hoje e adorei o cantinho!
Passarei a vim degustar desta leitura
Abraços e depois dá uma passadinha no meu Tb para poder dá uma olhadinha!
Um conto muito real e com uma situação muito complexa, poisssssss quebra-se o vaso que nunca será refeito, Porém, dependendo da disponibilidade para o investimento do casal pode-se construir outro vaso e com novas cores.
ResponderExcluirVi um filme, esta no post de hoje, em que detive meu olhar sobre a imprevisibilidade do ser humano.
bjs
Oi, Valéria querida!
ResponderExcluirCada narrativa melhor do que a outra, parabéns!
Mulheres... nós sempre fazemos isso: damos mais uma chance, colocamos nossas dores e sonhos para último plano!
Que coisa louca essa tal de alma feminina! rssssssssssss
Bjssssssssssssss, quérida!
Olá.
ResponderExcluirMuito legal,gostei,parabéns.
Até mais
Nossa, fantástico. É de tirar o fôlego ao imaginar a situação.
ResponderExcluirAbraço,
Marcilane do simplesinspiracoes.blogspot.com
A imagem ficou ótima!
ResponderExcluirFicou imaginando, se o perdão foi pelos filhos
Ou pelo amor ao marido, talvez pela família. ..
Val, não canso de dizer... Escreve um romance
Vc é muito boa!
Beijos!
Oi Valéria,
ResponderExcluirgostei muito do conto, mas não acredito nesta nova chance. Quebrou... pode até continuar o casamento, mas adeus confiança,adeus união, adeus sinceridade.
xoxo
Gosto disto!
Vaso quebrado,cacos perdidos ,mal colados.Lendo o conto imaginando acena tão real.Não acredito em segunda chance .
ResponderExcluirbeijo Val!!!
Valeria,muito bem escrito seu conto e uma história que se repete dia após dia.Acredito que ela fez muito bem dando a familia e a eles outra chance.Já vi caso que deu certo!bjs e meu carinho,
ResponderExcluirOlá Valéria,
ResponderExcluirTriste a participação dos filhos nesse momento tão traumatizante.
A traição deixa marcas profundas. Difícil restabelecer a confiança perdida. Mas se o casal ainda se gosta, vale lutar
pelo recomeço da relação.
Gostei muito do conto. Prende a atenção do leitor. Parabéns!
Beijo.
Uma situação que sócom união se pode seguir em frente, lindo.
ResponderExcluirBeijo Lisette.
Muitas vezes, diante de desafios que parecem insolúveis, alguém mostra sabedoria e proporciona um recomeço. Lindo seu conto, Valéria! Quando tudo vem às claras, a disposição para mudanças pode acontecer, de fato. Bjs.
ResponderExcluirAcredito que uma traição desse tipo não se perdoa.
ResponderExcluirSempre ficará uma cicatriz para lembrar...
Triste né?
Vim te convidar para minha festinha de aniversário virtual!
http://marciagrega.blogspot.com.br/2012/07/ebaaaa-festa-comecou.html
Te espero!
Oi Valéria, você é uma contista nata! Emocionante enredo.
ResponderExcluirBeijos
Valéria, parabéns! Você está se saindo uma bela contista e espero em breve ver um livro seu editado.
ResponderExcluirum grande abraço carioca
Val!
ResponderExcluirSeu conto relata uma triste realidade, pois vejo mesmo várias mulheres sacrificando sua felicidade em prol dos filhos, mas sinceramente não acredito que é um sacrifício que valha a pena, pois as vezes acham que estão fazendo o melhor permanecendo infelizes para manter a família unida, mas não estão, ser infeliz e permanecer infeliz não é um exemplo positivo para ninguém.
Parabéns pelo texto.
Gd beijo
Oi Val!!!
ResponderExcluirQue situação!!! Na minha opinião traição não tem perdão e nem discussão, um cristal que se quebra jamais será o mesmo, onde tem traição não existe união e cumplicidade. Seus contos dariam um filme.
Bjs :)
Esse é o mal, ou o bem, de nós mulheres...a gente releva, deixa passar...perdoa, mais uma, e mais outra vez, em nome dos filhos, em nome do bem estar da família...mas e o nosso próprio bem estar? aonde fica? uma história real, parecida com tantas outras, em tantas casas, no coração de tantas mulheres...pela vida afora...
ResponderExcluirGrande abraço minha amiga,
Fica com Deus